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O sector petroquímico é atualmente considerado como um dos segmentos mais expressivos da indústria química. De acordo com um estudo realizado em 2021, as empresas petroquímicas devem gerir a transição de uma economia essencialmente linear para uma economia circular, tendo em conta o novo cenário e os desafios ambientais que enfrentamos.
Portanto, segundo a pesquisa, os investimentos na indústria petroquímica são realizados buscando sempre o desenvolvimento sustentável e com foco em três fatores principais:
- Energia e matérias-prima - constituem entre 60% e 70% dos custos de produção de produtos químicos;
- Crescimento da demanda - proximidade de mercados com demanda crescente e acesso aos mercados que são elementos-chave nas situações em que não existe distinção de custos ou vantagens tecnológicas;
- Tecnologia - é um fator essencial para permitir custos de produção competitivos, economia de escala e produtos de alto desempenho.
Esta tríade é a base para o desenvolvimento da indústria petroquímica como um todo, inclusive quando falamos sobre o correto gerenciamento de resíduos perigosos que, se não forem bem manejados, podem ocasionar sérios problemas ambientais.
Indústrias do setor já possuem um bom nível de maturidade ambiental na hora de gerenciar esses resíduos. No entanto, para agregar valor em todo o processo, é importante contar com um parceiro adequado para manejar e recuperar tais resíduos, como as borras oleosas. Neste caso, deve-se levar em consideração expertise humana, tecnologia de ponta e know how.
Atendendo às necessidades dos clientes nos mercados upstream (exploração, perfuração e produção), midstream (refino) e downstream (transporte, distribuição e comercialização) do setor, a Veolia oferece soluções customizadas para a gestão de resíduos perigosos sob uma perspectiva de economia circular.
Como as refinarias podem ser mais sustentáveis e fomentar a circularidade?
As atividades de uma refinaria de petróleo geram grandes quantidades de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas. Mas todo esse processo pode ser totalmente sustentável e circular, reduzindo assim a pegada ambiental. E o Brasil comprova a teoria na prática, pois o país se tornou o maior case de sucesso no gerenciamento de resíduos perigosos na indústria petroquímica para a Veolia na América Latina.
Desde 2014, a Veolia Brasil é responsável pela recuperação de óleo de resíduos oleosos de uma empresa do setor localizada no sul do país. O desafio era gerenciar os resíduos perigosos dentro da própria unidade, com o objetivo de agregar valor ao processo interno e anular os riscos ambientais via transporte.
Para atender às necessidades do cliente, a Veolia Brasil desenhou um processo que garantisse 100% de recuperação das borras oleosas dentro da indústria, aproveitando parte desses resíduos no processo de fabricação de coque, – um tipo de carvão utilizado massivamente na indústria siderúrgica e para fabricação de cerâmica – além de recuperar o óleo para o processo de refino. Como essa indústria já possui uma coqueria dentro de suas instalações, esse ponto somou a favor na hora de implementar a gestão.
Dessa forma, o cliente conta com os seguintes benefícios:
- Eliminação de custo de disposição e transporte de resíduos;
- Recuperação de óleo;
- Possibilidade de processar outros resíduos oleosos (ex: fundo de tanques em geral, dessalgadoras, tanques de emergência).
O projeto desenhado e implementado, além de garantir elevada eficiência de recuperação de óleo, conta com uma linha de produção contínua e retorno financeiro que agrega valor próprio ao processo.
Entenda o processo sustentável de recuperação de óleo
A borra oleosa é composta por sólidos, óleo e água. Sendo assim, a Veolia desenvolveu um processo para transformar os sólidos em uma solução chamada “Slurry” e possibilitar a injeção dessa solução no processo de produção do coque, eliminando o envio para um tratamento externo.
Quando as borras oleosas chegam à unidade, elas são tratadas e misturadas para gerar uma solução conhecida e homogênea, que ficam armazenadas em tanques projetados para esta função, antes de serem direcionadas a uma centrífuga trifásica, onde ocorre a separação das fases desse resíduo.
Após esse percurso, se obtém um óleo com BSW inferior a 3%, possibilitando a extração, novamente, de combustíveis do petróleo (gasolina, diesel, óleo industrial); a água é separada, sendo uma parte reutilizada nas fases de preparação deste processo e outra parte vai para uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE); e o resíduo sólido é enviado para um processamento de partículas de onde se extrai o “Slurry”, que será adicionado ao coque.
Garantir um processo ambientalmente seguro e que promova a economia circular é possível, mas é fundamental contar com empresas parceiras que conheçam todos os desafios e garantam compromisso e transparência para além da tão necessária rentabilidade financeira.
Conheça esse e outros cases de sucesso da Veolia assistindo ao vídeo abaixo.
Escrito por: Fabiele Fortaleza - Veolia Brasil