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A transformação ecológica que o mundo necessita parte da premissa de que é preciso colocar a ecologia no centro de todos os processos, adaptando nossos padrões de produção e consumo.
Diante disso, indústrias têm apostado cada vez mais em centrais de cogeração de biomassa, que reduzem entre 14% e 28% as emissões de CO2 emitidas na atmosfera em comparação com instalações a gás, carvão ou petróleo.
Segundo dados da Cogen (Associação da Indústria da Cogeração de Energia), a cogeração no Brasil vem crescendo anualmente. Em 2020, o país contabilizava 15,5 GW de capacidade instalada. Já em 2021, os dados apontaram 15,6 GW de capacidade instalada. De acordo com a associação, a cogeração a partir da biomassa de cana de açúcar ainda lidera o cenário, isso porque o setor sucroalcooleiro gera uma grande quantidade de resíduos. Na sequência estão o licor negro, a madeira e outros.
Do ponto de vista de eficiência energética, a cogeração é uma das melhores opções. Como fonte de energia renovável, a biomassa se origina a partir da agricultura, silvicultura, pesca, aquicultura e resíduos industriais e municipais biodegradáveis.
Quando uma empresa opta por usar a biomassa na produção de energia os ganhos vão além do desempenho econômico e financeiro, este tipo de projeto está intimamente ligado aos aspectos ambientais e também sociais. Sendo neutra em carbono, o uso da biomassa reduz a dependência de combustíveis fósseis e ajuda a garantir o suprimento de energia.
A Veolia apoia cidades e indústrias na implementação e manutenção das centrais de cogeração com biomassa. Já são mais de 500 projetos em todo o mundo, garantindo rendimentos muito mais altos do que as usinas convencionais. Como o calor e a eletricidade são fornecidos por unidades separadas, é possível economizar de 5 a 10% da energia primária, além de recuperar o excedente de eletricidade gerada, isso por meio da revenda na rede ou consumo in loco.
No começo deste ano, a Braskem e a Veolia assinaram um acordo para produzir vapor utilizando energia renovável a partir de biomassa de eucalipto, em substituição aos combustíveis fósseis na planta de produção de PVC da América Latina, em Alagoas.
Com metas de alto impacto tanto na mudança do mix energético para fontes sustentáveis quanto no desempenho com maior eficiência energética, o projeto inclui a construção e operação de uma planta que irá gerar 900 mil toneladas de vapor/ano por 20 anos, o que reduzirá cerca de 30% das emissões de CHG da Braskem na região. Além disso, como prova de desempenho multifacetado, a iniciativa terá um impacto sócio-ambiental positivo localmente, com a criação de mais de 400 empregos diretos durante a fase de construção e aproximadamente 100 empregos na operação e a redução da emissão de 150 mil toneladas de CO2 por ano.
Com carbono neutro e com um interessante ajuste no contexto climático e ambiental local, a biomassa de eucalipto tornou-se uma solução bem reconhecida e altamente técnica, que ajuda não apenas nas metas de descarbonização, mas também no uso sustentável dos recursos agrícolas locais no Brasil.
A nova planta de produção de vapor que abastecerá as operações de PVC da Braskem em Alagoas é um passo importante para alcançar dois dos sete macro objetivos de sustentabilidade da empresa na dimensão de combate às mudanças climáticas: uma redução de 15% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030, e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Além disso, para garantir os altos padrões de eficiência e qualidade, a iniciativa abrange processos alinhados com a transformação digital e a Indústria 4.0. Ao implementar o Hubgrade, a solução da Veolia que integra ferramentas digitais e experiência humana para monitorar e analisar as operações em tempo real, o projeto garante a otimização do desempenho e a melhoria contínua no desempenho das instalações e no consumo de energia.
Cases de sucesso de cogeração pelo mundo
Como parte de um projeto de transição energética industrial chamado "Dombasle Énergie", Solvay e Veolia iniciam a construção de uma unidade de cogeração para gerar energia limpa para a planta de produção de carbonato de sódio em Dombasle-sur-Meurthe (França), substituindo o carvão por combustível derivado de resíduos (CDR). Este projeto aportará mais competitividade à planta da Solvay e reduzirá as emissões de CO2 em 50%. Clique aqui para conhecer o projeto.